segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Bem vindo ao Buteco

Quem nunca imaginou, quando criança, o que seria quando se tornasse adulto e fantasiou com inúmeras profissões que hoje parecem inalcançáveis? Vamos, admitam! Todo mundo já passou por essa fase. Para ser sincero, acho que estou nesta fase até hoje.
Confesso que não tenho certeza do que realmente quero da vida. Já tive vontade de ser ou fazer muitas coisas, mas nosso mundo é um pouco castrante nesse ponto, afinal, todos têm que comer e desejos, e vontades, não enchem a dispensa de ninguém. (Estou parecendo meu avô falando.)
Das minhas últimas viagens, pensei em ser humorista, mas a minha mãe riu de mim quando contei para ela. Pensei em ser escritor, mas não tenho paciência para ficar enrolando um assunto por mais de cem páginas e acho que estórias de vinte ou trinta páginas não devem ser tão atraentes. (Vai saber, né? Ainda mais, do jeito que anda a educação!) Pensei, ainda, em ser blogueiro (apesar de não saber como se escreve isto), acho a idéia de ganhar dinheiro navegando o dia inteiro na internet muito tentadora, mas de acordo com as “dicas para um blog de sucesso” devemos escrever sobre algo que gostamos e dominamos, além de atualizar o blog diariamente. Convenhamos que haja domínio para não escrever pelo menos duas merdas por semana atualizando diariamente. Além dessas vontades, tinha a de ter um buteco.
Sempre tive vontade de ter um buteco, não um boteco arrumadinho com tudo no lugar, mas um buteco mesmo, o simples erro de português já dá ao estabelecimento um toque de simplicidade, de coisa sem grandes pretensões. Porém, ao contrário do que muitos que me conhecem estão pensando agora, essa vontade não se deve ao fato de eu poder beber o quanto quiser. Isso conta um pouquinho, mas o que mais me atrai é a conversa de buteco.
Em um buteco a conversa é sempre filosófica, independente do conteúdo, ela chega a um nível de reflexão que nenhum outro ambiente evoca. E, mesmo assim, consegue manter um ar leve e descontraído, não importa se você é doutor em física quântica ou só concluiu o ensino fundamental, todos opinam e debatem de igual para igual em uma conversa de buteco.
Tenho, também, a vontade de ganhar na mega-sena e não precisar trabalhar nunca mais, mas fiquei sabendo que essa vontade está muito concorrida. Então, um dia desses em minhas viagens pensei: Ganho na mega-sena, abro um buteco, faço um blog para marketing, contando os causos de buteco e depois reúno tudo em um livro. Ótimo, tenho aproximadamente uma chance em 30 bilhões de conseguir realizar meu sonho. Então resolvi desistir de dar meu dinheiro para esse governo corrupto e parei de jogar na mega-sena (é para lá que o dinheiro vai, caso não saibam).
Agora sem a mega-sena para atrapalhar sobraram o buteco, o blog, a escrita e o humor, que substituiu o jogo. Como não tenho dinheiro para construir o estabelecimento, fiquemos com a parte barata, a conversa. (Pelo menos não cobram impostos sobre a conversa fiada, ainda!)
Portanto, já que atualizando um blog diariamente sairiam pelo menos duas merdas por semana, por que não uma merda todo dia, não é mesmo? Resolvi criar esse espaço para colocarmos a conversa de buteco em dia, abordando os assuntos filosóficos discutidos em uma típica conversa de bar, com bom humor e de forma escrita, que é uma coisa inusitada, pois não conheço muitos que escrevem bem enquanto bebem.
O buteco está aberto:
_ Fala Joe! Puxa uma cadeira aí!
_ Ôh chefe! Traz mais uma e outro copo.
_ E aí, o que você manda?

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