quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Gangues temáticas

“A criminalidade tomou conta da cidade”, disse há muito tempo um pensador que nos ofereceu o cachimbo da paz (por onde ele anda, hein?). No entanto, hoje em dia acho que nem o cachimbo resolva.


É fato que o crime organizado é uma das poucas coisas organizadas no Brasil, mas com a globalização só organização não basta, é preciso se atualizar, se especializar. E á isso que vem ocorrendo com o crime.

Ontem liguei a TV para assistir os noticiários depois do almoço. Então três noticias me chamaram a atenção. A primeira falava sobre uma professora de educação física que está em coma. Enquanto dirigia, um bloco de concreto do tamanho de uma bola de futsal, atravessou seu pára-brisa e a atingiu na cabeça. O bloco foi atirado de cima de uma passarela e a autoria é, supostamente, da gangue da pedrada, bandidos que jogam pedras no pára-brisa para assaltar a vítima quando ela pára o carro.

A segunda foi sobre a gangue da marcha ré, bandidos que roubam carros para derrubar portas de lojas e pilhar seus pertences rapidamente. Ontem estavam mostrando o assalto que eles realizaram em uma joalheria. E a última foi sobre a gangue dos cartões clonados. Bandidos que instalam aparelhos em caixas eletrônicos que mais tarde permitem clonar o cartão dos usuários.

Talvez eu só assistisse e nem prestasse atenção, mas como as noticias foram seguidas não deu para deixar de notar. O crime está se especializando. Agora não tem essa de “oba, vamos roubar” mais não, é cada um no seu quadrado usando suas melhores habilidades para maximizar seus lucros e nossos problemas. É ou não é, totalmente excelente?

Não é de se duvidar que em breve exista um curso superior, ou pelo menos técnico, de bandidagem (financiamento do governo não vai faltar). Com os conhecimentos certos eles se dariam muito melhor. Imaginem a grade curricular do primeiro semestre: Sistemas de segurança 1, Técnicas de Arrombamento, Direito Penal, Etiqueta em Abordagens, Metodologia e Estratégias de Furto, e Estatística (isso mesmo, Estatística, se nem eu fazendo psicologia consegui me livrar da matemática, eles também não vão), mas é bem provável que eles matem está última.

Depois eles ainda podem fazer um curso de especialização para escolher em qual gangue vão entrar. Isso vai gerar mais empregos e talvez até surja um site onde eles possam cadastrar seus currículos. Assim, quando alguém estiver planejando um crime já vai saber onde procurar mão de obra especializada. No caso da pedrada, por exemplo, a prefeitura de São Paulo mandou colocar grades em todas as passarelas para evitar que arremessem objetos nos carros. Isso é uma boa oportunidade para criarem a gangue da turquesa ou a gangue da cegueta, que poderá prestar serviço para a gangue da pedrada. A primeira vem, abre um buraco na grade, e depois a outra faz o resto.

Pois é, hoje em dia a vida não está fácil nem para os malandros. Bons tempos aqueles que você era assaltado com um canivete, ou arrombavam sua casa com um pé-de-cabra. Mas é extremamente difícil concorrer com os avanços da globalização. As cadeias servem mais para ensinar do que para punir e o trabalhador não tem a menor chance. Como dizia meu pai, os presos têm o dia inteiro livre para planejar novas formas de crimes, enquanto a maioria de nós tem que trabalhar e estudar, não temos tempo para nos defendermos.

E agora um momento para denúncia, acaba de surgir a gangue dos Roberts:



É esse tipo de amadorismo que acaba com a imagem dos profissionais do ramo.

E é isso aí mano! Pela ord, pode crê. Fica aí um salve pra galera do blog e um salve pra galera da Xurupita! É nóis!

2 comentários:

  1. Porra Nativão, deve ser foda dirigir um bloco de concreto... "porque enquanto dirigia um bloco de concreto, do tamanho de uma bola de futsal, "

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  2. Sem dúvida, ainda mais do tamanho de uma bola de futsal! Hehehe!
    Já tá corrigido!
    Depois aparece aí pra gente tomar uma breja de leve!
    Abraço!

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